Os números são assustadores. Mais de 90% dos assassinatos na Região Metropolitana de Belém atingem jovens na faixa de 17 a 29 anos e as razões são sempre as mesmas: drogas e criminalidade sendo que ambas estão intrinsecamente ligadas.
As causas dessa lamentável realidade são muitas e não tem a ver somente com a pobreza e o aumento da população nas grandes cidades, a maioria oriunda da zona rural.
O PT jovem realizou há cerca de dois anos o seminário “Amazônia: Caminhos para o Desenvolvimento Econômico, Social e Sustentável “ e formularam uma carta para servir de subsídio à campanha da então candidata Dilma à presidência.
Foram elaborados treze pontos dentre os quais eu destaco “ o acesso e permanência de jovens em todos os níveis da educação básica à superior; investimento em ciência a fim de produzir conhecimento em tecnologia; estímulo à produção cultural; proteção social aos jovens em situação de risco e políticas específicas para a saúde como doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce e a obrigação das empresas privadas que operam em grandes projetos a intensificarem sua responsabilidade social, seja no campo, evitando o êxodo rural, ou na cidade, capacitando trabalhadores nas diversas áreas.
Na zona rural vivem cerca de 30% de nossos jovens quando a média brasileira é de 16%. A gravidez precoce atinge quase 15% de nossas adolescentes na faixa de 15 a 19 anos e a situação é ainda mais drástica junto aos povos indígenas. Altos índices de suicídio, perda da identidade cultural, alcoolismo, drogas, desnutrição, cooptação para o crime e situação de extrema pobreza em quase 40% dos casos. E os jovens que migram para as cidades em busca de vida melhor acabam geralmente em favelas, marginalizados e explorados em todos os sentidos.
O governo do PT fez muito para mudar esse quadro. O ex presidente Lula e a agora a presidenta Dilma investiram na qualificação de professores, na educação básica, média, profissionalizante e superior; construíram milhares de quadras de esporte e espaços de cultura e lazer; criaram programas específicos de educação no campo com o Saberes da Terra e a metodologia da alternância; implantaram bibliotecas públicas em todos os municípios e a consolidaram a nossa economia gerando mais emprego, renda e consumo em todas as regiões do Brasil.
Sabemos que as lutas contra a criminalidade e as drogas não são tarefas fáceis e não vou aqui culpar esse ou aquele governo por omissão ou falta de políticas públicas que possam conter esse avanço corrosivo e insano. Mas há que se juntar as forças de todas as instâncias governamentais, sociais e empresariais para tirarmos nossa juventude, independente da classe social, dessas estatísticas tão aterradoras, verdadeira guerra civil, que ceifaram milhões de vidas nas última décadas e que não dão sinal de arrefecer.
Valdir Ganzer
Dep. Estadual
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