12 de julho de 2012

"cantava de galo"



     Quem se lembra do Julinho da  Adelaide. pseudônimo que o nosso inigualável Chico Buarque de Holanda utilizou no período da ditadura para ludibriar os censores que insistiam em boicotar  suas composições ? Apesar de Você, Acorda Amor, Cálice, Construção, Vai Passar são algumas das músicas que marcaram época num período conturbado da ditadura militar onde poucos tinham peito e coragem para enfrentá-la. Chico teve.

     Os jornais estão noticiando agora, mais de trinta anos passados, que Chico era um dos alvos prediletos da Censura e monitorado de perto pelos militares. Nos documentos oficias, ele é chamado de subversivo e representante da esquerda festiva. Tudo isso veio à tona agora direto dos porões da ditadura onde o cantor/compositor mais aclamado do País é citado em diversos documentos do Centro de Informação da Aeronáutica. 

     Segundo o documento, Chico era chamado a depor mas "cantava de galo" reclamando que estava sendo obrigado a prestar declarações, que trabalhava cerca de dez horas por dia e estava perdendo tempo precioso indo à polícia. E ainda, com voz alterada disse que não responderia mais pergunta alguma e escreveu do próprio punho " não vou responder mais  nada". E simplesmente  se negou a responder as perguntas que lhe eram formuladas.  

     Mesmo com a perseguição frequente, ameaças  de agentes aos seus shows, canções censuradas e todo tipo controle, Chico Buarque, sabemos agora, teve hombridade e coragem de enfrentar seus algozes e fazer história como um dos maiores intelectuais e cancioneiro do Brasil respeitado, ouvido e amado em praticamente  todo mundo. Viva Chico Buarque. Sua obra, seu caráter e suas ações em pról da liberdade serão sempre lembradas.O mito vai superar o homem.  

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