Deputados da Comissão de Transportes da
Assembleia Legislativa foram inspecionar os galpões 11 e 12 da Cia.
Docas do Pará, que estão sendo motivo de grande desavença. A direção da
CDP quer desmontar os galpões e utilizar o imenso espaço para ampliar a
capacidade de movimentação de cargas através de containeres enquanto
algumas figuras públicas não aceitam esse desmonte considerando que essas medidas irão pôr fim a uma parte da história do Pará.
Cada um tem o direito de defender seu ponto de vista e embora discordantes, a sociedade tem direito de analisar e ver o que é melhor para a maioria porque um fato pode ter muitas versões e verdades.
Sob meu ponto de vista, defendido também por colegas parlamentares, a diretoria e empresários da FIEPA além do Sindicato dos Portuários e empresas que atuam no setor, a decisão da CDP é a mais coerente, acertada e responsável.
Antes
da inspeção ao espaço em questão, ouvimos do presidente da CDP, Carlos
Ponciano e da diretora de gestão, Socorro Pirâmides, um longo e
expressivo relato sobre o porto e sua importância para o transporte de
nossas mercadorias para o país e exterior e quanto essa atividade poderá
crescer nos próximos anos com as reformas estruturantes que estão sendo projetadas no espaço onde se situam os galpões.
O
presidente da FIEPA, José Conrado Santos, presente à reunião, foi
taxativo em defender o projeto da CDP para o porto destacando que mais
de 400 empresas do Estado dependem dele para viabilizar o transporte da
produção com menor custo e maior competitividade no mercado.
O
movimento de containeres, por exemplo, aumentaria de 15 para 45 por
hora com muito mais segurança e teríamos ampliado os berços para carga e
descarga de navios de mais de 60 mil toneladas. Isso significaria muito
mais empregos, coleta de impostos, geração de riqueza e a ampliação de
nossas exportações como a carne, o peixe, açaí, cimento, móveis em madeira, pimenta e tantos outros à partir do Pará.
As obras de revitalização propostas
pela CDP, dariam uma nova cara para aquele quadrante com a nova Rua de
Belém estendida até a Presidente Vargas, uma ponte sobre o canal da Doca
e uma via rápida para escoar o trânsito de caminhões pesados que é a
Pedro Álvares Cabral. E os caminhões já viriam com os containeres
“ovados”, no jargão técnico, descarregando rapidamente e seguindo
viagem, sem provocar maiores congestionamentos ao trânsito, asseguram os
técnicos da UFPÁ e empresas de consultoria que contribuíram com o projeto.
Todo aquele espaço que pertence às Docas incluindo as belas e mal cuidadas praças, ganhariam
vida, progresso, deixariam de ser uma espaço obscuro e perigoso no
coração da cidade para ser tomado por empreendimentos geradores de
emprego e renda.Seria, afinal, a redescoberta do bairro do Reduto que
vem sendo relegado por muitos governantes municipais.
Os galpões necessitam e reformas e reparos que custariam muito dinheiro. Mas há quem queira e não são poucos. A Universidade Federal do Pará quer para o curso de engenharia naval; a Uepa, para cursos a micro empresários; a Prefeitura de Belém para o novo Portal da Amazônia e até o município de Castanhal se qualificou a receber um deles.
Os galpões tinham sua utilidade quando as cargas eram transportadas em sacas de pano ou fibra e não podiam tomar chuva ou sereno. Com o surgimento dos containeres, eles passaram a ser um empecilho para o porto. Prova disso é que três foram transformados na opulenta Estação
das Docas. Temos que avaliar se queremos um porto moderno e competitivo
a fim de expandir nossas fronteiras ou mais galpões de alto custo de
reforma e manutenção para fins não identificados no horizonte da baia do
Guajará. Quando se reclama tanto da falta de logística que sofre o País
em portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, a decisão da CDP em
modernizar os armazéns deveria ser motivo de aplausos e apoio de toda a
sociedade. O futuro dirá quem está certo em meio as essas verdades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentem!