Vista do alto, Belém é essencialmente uma metrópole amazônica, com suas dezenas de ilhas, a cidade cercada de água por quase todos os lados, rodeada de densas florestas e um crescimento demográfico praticamente descontrolado.Vista pelo asfalto, nas áreas centrais e bairros adjacentes, a capital paraense é uma cidade encantadora, repleta de mangueiras, acácias, castanholas e ameixeiras, de ruas largas e um expressivo patrimônio histórico e cultural composto de palácios, praças, prédios centenários, fortes, portos e igrejas.
Na periferia, no entanto, é onde se apresenta nossas maiores
mazelas. Bairros inteiros sem uma metro de esgoto sanitário, ruas esburacas no
verão e com lama no inverno, incipiente sistema de abastecimento de água,
iluminação pública deficitária e a violência que dizima principalmente nossa
juventude, geralmente envolvida com
drogas.E a capital da Amazônia não para de crescer. Em trinta anos quase
dobramos nossa população. Vivemos uma fase econômica próspera com a criação de
muitos empregos, aquecimento na construção civil, surgimento de muitas
universidades, de novos shoppings, enfim, o Pará cresce e a capital é reflexo
direito desse desenvolvimento.
A nossa capital completa 396 anos de existência, uma das
mais antigas do País. Quase quatrocentona,
ela continua conquistando corações, inspirando poetas e provocando
suspiros e arrepios. Basta caminhar durante a noite da Estação das Docas até a
catedral da Sé e a Casa das Onze janelas para sentir que a história está impregnada
nas paredes dos velhos casarões, nos paralelepípedos , nas igrejas e nas
estátuas que assistiram o desenrolar de muitas lutas pela liberdade e justiça à partir do movimento Cabano.
Nas últimas duas décadas Belém foi crescendo em tamanho e
diminuindo em termos de qualidade de vida. Trânsito caótico, bandidos em plena
atividade, supervalorização imobiliária
que prejudica as classes mais pobres e principalmente o desacordo entre o crescimento populacional e as
políticas públicas para atender essa demanda.São desafios que o novo prefeito de Belém terá de encarar
sob pena de perdermos o controle sobre a metrópole e os municípios que compõe a Região Metropolitana.
O recolhimento e compostagem do lixo, corredores de tráfego incorporando o
sistema hidroviário, o transporte público revigorado, a ampliação do sistema de
esgotamento sanitário são algumas das prioridades a se eleger.
O Governo Federal tem investido muitos recursos na
recomposição de nossas bacias fluviais, ampliação de canais e de vias, na
construção de casas populares.Infelizmente
muitos programas sociais
implantandos no governo do PT foram desativados na atual administração. Eram
programas voltados para a saúde das famílias, de emprego e renda, de
alfabetização, de participação popular nas
decisões políticas e administrativas.
O próximo prefeito terá três anos para tornar Belém uma
cidade digna ao completar 400 anos. E
isso só será possível com a participação popular e apoio do Governo Federal que
dispõe dos recursos para importantes e grandes obras. Há que se promover
campanhas junto à população de amor à Belém para que ela seja mais bem cuidada
e preservada porque mais importante que o patrimônio histórico é ter um povo
que valoriza sua cidade como sendo sua casa. Parabéns, Belém. Que os sinos
dobrem por Ti e as benções da Virgem de Nazaré corram por suas águas e banhem
toda a cidade trazendo paz e progresso a todos nós.
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