26 de maio de 2011

MAIS UMA MORTE ANUNCIADA NO PARÁ. ATÉ QUANDO ?

O assassinato do casal ambientalista José Cláudio e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna, é uma clara demonstração da falta de civilidade e a certeza da impunidade que se consagram nos campos e nas cidades. Mortes anunciadas, como as de centenas de outras pessoas que tombaram vítimas da ganância, da falta de humanidade e de  valores há muito esquecidos como irmandade e os valores sagrados de vidas humanas. Os motivos são sempre os mesmos como a imprensa destaca:  a cobiça por terras e madeiras nobres.
O casal não traficava drogas, tampouco assaltava bancos ou oferecia perigo à sociedade. Morreram defendendo a natureza, os poucos castanhais e a floresta densa que ainda resta para o futuro da humanidade. A fúria dos assassinos foi tanta que, ensandecidos após o crime, tiveram a ousadia de arrancar parte da orelha de José Cláudio, certamente para oferecer ao mandante como prova irrefutável do hediondo crime. Além de matarem, escarneceram das vítimas como não se faz nem com animais.
Em minha vida pública já vivenciei casos como esse. Enfrentei a polícia, a justiça, os mandantes e os executores exigindo investigação e punição rigorosa aos envolvidos. Muitos crimes ficaram impunes como demonstram as estatísticas. Mas isso é passado.
A morte de José e Maria deve mostrar ao Brasil e ao mundo, porque certamente essa notícia vai reverberar nos quatro cantos do planeta, que o Pará tem lei, tem justiça, respeita os direitos humanos, protege seus cidadãos e combate firmemente esses grupos de extermínio.
O governador Simão Jatene, que já enfrentou situação parecida no assassinato da irmã Doroty, no município de Anapu, terá agora o apoio das forças federais que a presidente Dilma vai colocar à disposição e poderá desvendar esse crime em pouco tempo e anunciar a prisão dos mandantes e dos pistoleiros. Que a justiça seja feita no julgamento dos envolvidos com penas que intimidem outros fascínoras de cometer crimes tão bárbaros. Que a morte de José e Maria não seja em vão, como em muitas já ocorridas. Que o Pará não se lamente constantemente de tão vergonhosa estatística de mortes no campo e na cidade.

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