A Secretaria de Estado de Cultura, Secult, que administra o
nosso suntuoso Theatro da Paz, resolveu dobrar os preços da locação daquele espaço nobre de R$ 1.500,00 para 3.000,00
reais por espetáculo. E não satisfeita, aumentou de 400 reais para 1.500 o
valor cobrado pelos ensaios que antecedem o espetáculo, seja de teatro, balé, ou música.
Ora, para um grupo profissional dos grandes centros com
atores renomados, esses valores são aceitáveis. Afinal, os ingressos para esses
espetáculos custam em torno de cem reais e geralmente são de casa cheia. Em um
fim de semana esses artistas arrecadam mais de cem mil reais de lucro líquido.
Nada contra, são profissionais gabaritados com público cativo, Belém carece
desse movimento cultural.
Mas e os artistas da terra ? Como montar um peça de teatro,
um musical, um balé com poucos recursos,
realizar ao menos dois ensaios e apresentar no final de semana pagando
esses valores à direção do Theatro ? A conta é simples; dois ensaios custam 3
mil reais e duas apresentações, seis mil reais com total de 9 mil reais só de
teatro.
Mesmo que o espetáculo seja um sucesso, o oxigênio
financeiro que poderia alicerçar o grupo e lhe dar vida longa e produtiva esvai-se
nas mãos de quem justamente deveria ser o indutor desse processo cultural que é
o Estado.
Penso que os grandes espetáculos com artistas renomados e ingressos caros
deveriam pagar uma taxa maior porque têm
caixa para isso. Já os artistas locais, pagariam valores menores sem taxas de
ensaio, por exemplo.
O que parece é que a Secult não tem dado o devido apoio às
promoções culturais de nossa própria terra e que são montadas sem apoio oficial
por escolas de balé, grupos teatrais e músicos da terra como se fossem
consideradas artes voltadas para a periferia cujo público não estaria “preparado” para freqüentar o da Paz.
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