16 de abril de 2012

Cachoeira do Arari se firma como produtor de arroz


     A região de Cachoeira do Arari, no Marajó, poderá ser uma das maiores produtoras de arroz agulhinha tipo 1 do Brasil, graças ao solo apropriado, a radiação solar com alta temperatura, a fartura de água para irrigar os campos e o sistema de mecanização no plantio e na colheita que diminuem as perdas e ampliam a produtividade.
     Essa é a conclusão de técnicos e produtores de arroz reunidos no último sábado naquele município a fim de dirimir dúvidas acerca do agronegócio que vem se instalando nos campos e que pretende ocupar dois mil hectares de área plantada na safra deste ano.
     Em razão de algumas denuncias a respeito de uso indevido de agrotóxicos, mortandade de peixes e desmatamento de áreas verdes, a Prefeitura e a Câmara Municipal realizaram uma audiência pública com a presença do arrozeiro Paulo Quartiero, o maior investidor na produção de arroz, técnicos da Embrapa, do Senar, do Distrito Meteorológico, da Sagri dentre outros. Eu fui como convidado da FAEPA e pude participar ativamente dos debates democráticos e precisos com informações bastante esclarecedoras.

     O prefeito Jaime Barbosa, que é vice presidente da Associação dos Municípios do Marajó, coordenou os debates ouvindo Paulo Quartiero que falou de sua experiência na região de Raposa Serra do Sol, em Roraima onde ele produzia arroz em grande escala que foi interrompida quando a área foi oficializada reserva indígena e todos os produtores tiveram de abandonar a região. Ele então veio conhecer o Marajó, a convite da Federação da Agricultura do Pará, através de seu presidente, Carlos Xavier, e aqui se instalou iniciando a produção de arroz e engorda de gado branco. O empresário assegurou que seu projeto utiliza fungicidas, herbicidas e inseticidas quando necessário aprovados pelo Ministério da Agricultura e que está absolutamente seguro que esses produtos na causam mal ao meio ambiente, muito menos aos peixes. Pelo contrário, o plantio serve de alimento à fauna como peixes e animais silvestres que irão se proliferar na região. A atividade gera empregos em Cachoeira, demanda a empresa de navegação que transporta o produto, a indústria de beneficiamento e é bom para a população que consome um arroz de qualidade a preços baixos e que vem conseguindo se colocar no mercado.
     Os técnicos Austrelino Silveira Filho e Roni Azevedo, da Embrapa, fizeram uma longa explanação a respeito da cultura do arroz que é praticada em nosso País de norte a sul. O Pará não assegura o consumo de todo ano e por isso exportamos os grãos do Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro. Austrelino reconheceu que a fertilidade contida em nossas águas diminui o consumo de adubo e que elimina com facilidade os defensivos pelo efeito das marés. Disse que a região tem potencial para duas safras anuais o que aumentaria muito a produtividade. Reconheceu que o uso intensivo da área vai causar a proliferação de fungos, lagartos e pulgões que irão demandar investimentos e a utilização de variedades de sementes mais resistentes e de boa qualidade. Ele informou que a Embrapa mantém pesquisas com os grãos denominados jaçanã, tropical e rorá com excelentes resultados além de outras 16 variedades sendo testadas para aumentar a qualidade do produto e sua produtividade. “ O Brasil e o Pará devem alimentar o mundo de grãos, entre eles o arroz de várzea e de áreas secas “, destacou ao encerrar sua fala.
     Ao final da plenária, já com a presença do secretário especial de produção Sidnei Rosas e do secretário executivo de agricultura, Hidelgardo Nunes, o prefeito Jaime Barbosa deixou a palavra livre para a população se manifestar. Mais uma vez a preocupação com a condição do peixe foi levantada e o técnico do distrito meteorológico do Pará, José Raimundo, fez um relato sobre o sistema de chuvas do Marajó, segundo ele o mais intenso do planeta, que em tese eliminaria qualquer risco de contaminação de peixes e animais.
Cachoeira ganha sindicato de produtores rurais
     Após a audiência pública, as autoridades presentes e a população em geral se dirigiram à nova sede do sindicato dos Produtores Rurais que é dirigida pelo ruralista Lauro Lobato. A banda da prefeitura entoou o Hino nacional e o Hino Municipal enquanto as autoridades hastearam as bandeiras e depois descerraram a placa inaugurativa. O presidente do sindicato dos trabalhadores rurais, Bianor Barbosa, cumprimentou o colega Lauro Lobato e consolidaram um pacto de ajuda mútua para a geração de emprego e renda no município que venha a beneficiar as classes empresária e trabalhadora.
     O superintendente do Sebrae, Wilson Schulman e o presidente da FAEPA, Carlos Xavier, e representantes do Senar, Iterpa, Polícia Militar, e do Banco do Brasil, que em breve vai instalar uma agência no município, participaram de sessão de assinatura de convênios para cursos de capacitação e entregaram certificado a dezenas de pessoas que já concluíram alguns cursos conduzidos pelo Senar.

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